Ceratocone - É possível diagnosticar as alterações de forma rápida e precisa

      Uma das patologias que atingem a córnea e afetam em média de 50 a 230 indivíduos (por 100 mil habitantes) é o ceratocone, uma ectasia corneana (dilatação) de causa não inflamatória, de ocorrência bilateral, podendo se manifestar com intensidades diferentes entre os olhos, e progressiva.

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      O ceratocone altera a estrutura das camadas corneanas provocando um aumento da curvatura e afinamento progressivo, conferindo um aspecto de cone a córnea, gerando baixa de acuidade visual e borramento visual.

 

      Sua etiologia (causa) hoje está bem estabelecida, estando associada em 6 a 8% com histórico familiar positiva, porém não de aspecto exclusivamente genético. Apresenta também piora e progressão pela ação dos meios externos como coçar os olhos, em indivíduos atópicos, ou seja, alérgicos (rinite e/ou alergias de pele), também associada a algumas doenças sistêmicas, ao uso incorreto de lente de contato e certas doenças do colágeno.

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      Sendo o ato de coçar os olhos principal fator causador e progressor mais grave e comum, deve ser tratado com medicações indicadas pelo médico para evitar que o paciente siga coçando os olhos.

 

      Por atingir indivíduos na faixa etária media 10 a 35 anos de idade, e ter sua piora nessa idade (raramente após os 35 anos), é de extrema importância que toda criança, adolescente e adultos jovem passem frequentemente em consulta com um médico oftalmologista. Somente desta forma é que a doença pode ser diagnosticada o mais cedo possível. Oportunidade que se tem de reabilitar esse paciente visualmente, já que é nessa faixa etária que a população está em formação escolar e profissional.

 

      Hoje a tecnologia proporciona diagnosticar o ceratocone de forma cada vez mais precoce, graças aos exames complementares do tipo topografia de córnea e paquimetria, que fazem o mapa de curvatura anterior da córnea e a medida da espessura. Respectivamente, e mais atual e detalhado, as tomografias de segmento anterior, proporcionam múltiplos cortes do tecido corneano e medidas altamente precisas de suas curvaturas e espessura, mapeando desde a camada mais posterior da córnea, até a anterior, oferecendo dados para acompanhar a progressão da doença e que auxiliam nas decisões medicas de tratamento.

 

      O tratamento prioriza primeiramente reabilitar a visão do paciente, ou seja, clinicamente pode se utilizar óculos, lente de contato rígida, lente esclera, de acordo com suas indicações.

 

      Com o acompanhamento periódico do paciente, é avaliado a progressão ou não do ceratocone, nos casos onde é confirmado progressão, com aumento da curvatura e afinamento do tecido é possível lançar mão de procedimento cirúrgico do tipo crosslink corneano, que tem finalidade de paralisar (estacionar) a doença.

 

      Ainda em opções cirúrgicas existem os implantes de anéis intraestromais, ou como é mais conhecido: implante de Anel de Ferrara. Este anel tem por finalidade regularizar a superfície ocular e proporcionar ganho na qualidade visual.

 

      E por fim em casos avançados em que os demais tratamentos citados anteriormente não são mais possíveis de serem realizados, os transplantes de córnea também são soluções possíveis, mas atualmente sendo cada vez menos indicado, pois se consegue diagnosticar e tratar os pacientes precocemente, evitando que cheguem nos estágios avançados da doença.

 

      Ceratocone é uma patologia grave por sua característica progressiva e por atingir a população em idade de formação e escolaridade, porém é uma doença que tem uma gama de tratamentos que podem ser utilizados, desde que o paciente e a família façam continuamente acompanhamento com um médico oftalmologista.

 

      Por tanto: não coce os olhos, procure um médico oftalmologista e mantenha uma rotina de check up ocular com seu médico desde infância e para toda a vida.